Apesar de terem os recursos necessários para proporcionar uma boa infância às suas crianças, muitos dos países ricos estão a falhar na promoção do bem-estar infantil, o que está a tornar o suicídio, a infelicidade, a obesidade e a falta de habilidades sociais e académicas como traços demasiado comuns entre os menores, alerta um estudo divulgado esta quinta-feira, 3 de setembro, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
“A menos que os governos tomem medidas rápidas e decisivas para proteger o bem-estar da infância como parte das suas respostas à pandemia, podemos esperar um aumento das taxas de pobreza infantil, uma degradação da saúde mental e física e um agravamento da brecha de capacidades entre meninos e meninas. O apoio relacionado com a Covid-19 para as famílias e crianças é lamentavelmente inadequado. Há que fazer mais para proporcionar às crianças uma infância segura e feliz”, sublinha a diretora do Departamento de Investigação da agência, Gunilla Olsson.
A pesquisa foi feita com base em dados dos países da União Europeia e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e concluiu que os três melhores países para os menores são os Países Baixos, Dinamarca e Noruega. Já a Turquia tem a mais baixa taxa de satisfação entre crianças, seguida do Japão e Reino Unido. As três nações com as taxas de suicídio mais altas entre adolescentes são a Lituânia, Nova Zelândia e Estónia.
No que se refere à saúde física, concluiu-se que as taxas de obesidade e excesso de peso entre as crianças aumentaram nos últimos anos. Aproximadamente um em cada três menores de todos os países avaliados é obeso ou tem peso a mais, com o sul da Europa a registar os índices mais altos de obesidade infantil.
Para combater o problema, o relatório da UNICEF deixa algumas recomendações aos governos e líderes políticos, entre elas a ampliação das políticas de apoio à vida familiar por forma a melhorar o equilíbrio entre o trabalho e a família, o reforço dos serviços de saúde mental para crianças e adolescentes e a redução da desigualdade de rendimentos e da pobreza entre os menores.