“A Igreja precisa viver na Amazónia. Não pode ser uma Igreja visitadora, tem que ser uma Igreja permanente, próxima e enraizada. Por isso, tem que ser mais inculturada. Inclusive os ministérios têm que vir da própria região, porque ela tem os gritos, os apelos, e também vai suscitar as respostas”, afirma o bispo de Juína, Neri Tondello, em antecipação às comemorações do Dia da Amazónia, que se assinalam este sábado, 5 de setembro.
Em declarações ao portal Vatican News, órgão oficial da Santa Sé, o prelado alerta que não é desejável ter “uma Igreja importada” num dos patrimónios naturais mais valiosos da humanidade, pois, “mais dia menos dia, os missionários de fora são transferidos para outros locais”. O importante, sublinha, é apostar nos missionários locais, que podem “fazer muito mais no que diz respeito ao cuidado com a natureza, com o meio ambiente, e aquilo que é de direito dos povos originários que ali vivem desde sempre”.
Para Neri Tondello, que integra também a recém-criada Conferência Eclesial da Amazónia, a Igreja necessita incrementar o rosto amazónico “para que se sinta de facto encarnada”, usando o Evangelho como ponto de equilíbrio, “como ponto de resistência para todas as ameaças que vêm do mundo”.