“Depois de 24 dias de cativeiro, as irmãs Inês e Eliane, que trabalham na paróquia de Mocímboa da Praia, estão de volta sãs e salvas”. Foi desta forma que o bispo de Pemba, Luís Fernando Lisboa, anunciou este fim de semana a libertação das duas religiosas da congregação de São José de Chambéry, que haviam sido sequestradas por milícias jihadistas na passado dia 12 de agosto.
As duas freiras, de origem brasileira, tinham sido feitas reféns durante um violento ataque realizado por milícias do movimento al-Shabab. Durante dias não houve notícia do seu paradeiro ou do seu estado de saúde, mas as autoridades nacionais e internacionais mobilizaram-se para conseguir a sua libertação, através de negociações que deram resultados positivos.
De acordo com o bispo, as operações das milícias que dizem ser jihadistas em Mocímboa da Praia, um importante centro da província de Cabo Delgado, têm vindo a registar um salto qualitativo, quer ao nível logístico, quer de armamento. Quando começaram os ataques, em 2017, os combatentes deslocavam-se de motos velhas e usavam armas rudimentares, enquanto nas últimas ofensivas têm usado veículos todo-o-terreno e armas automáticas.
As irmãs de São José de Chambéry estão presentes na cidade de Mocímboa da Praia desde 2003 e, ao longo dos últimos anos, têm criado uma importante rede de escolas infantis, contribuindo assim para a alfabetização das crianças. Lamentavelmente, muitas destas escolas foram obrigadas a encerrar devido à intensificação das ações militares na região.