A cooperação entre a União Europeia e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) vai permitir assegurar meios de subsistência a 7.500 famílias etíopes – cerca de 45 mil pessoas – afetadas pela praga de gafanhotos e que sem esta ajuda não tinham meios para sobreviver.
Descrita pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) como “a peste migratória mais destrutiva do mundo”, a praga de gafanhotos do deserto tem vindo a destruir milhares de hectares de colheitas, campos de pastoreio e bosques na Etiópia, Quénia, Somália, Sudão, Sudão do Sul e Iémen. A Etiópia encontra-se atualmente no epicentro.
“Espessas nuvens de insetos invadiram Borena, na região de Oromia, na fronteira com o Quénia, onde estão a devorar uma grande quantidade de vegetação, colheitas, pastos e forragens. Estão, inclusivé, a ameaçar os pontos onde o gado pode beber água”, descreve a coordenadora de Emergências da OIM na Etiópia, Ester Azua.
A situação veio agravar a situação das comunidades que já se encontravam afetadas pela pandemia de Covid-19, pela insegurança, e pelo deslocamento originado pela violência étnica, o que deixou os mais vulneráveis em risco de fome e de pobreza extrema, a quem vai ser prestado apoio nos próximos meses.
“A União Europeia comprometeu-se a apoiar os esforços para abordar a invasão de gafanhotos não apenas na Etiópia mas também no Corno de África. Acreditamos que este apoio oferecido à OIM permitirá dar resposta às necessidades mais imediatas dos mais vulneráveis, cujos meios de sustento foram afetados de forma adversa” pela praga de insetos, esclarece, por sua vez, a representante da Oficina de Ajuda Humanitária da União Europeia na Etiópia.
Segundo Yassine Gaba, os subsídios em dinheiro servirão sobretudo para atender às necessidades das pessoas em matéria de alimentação, com base na cesta básica de alimentos estabelecida pelo governo. Paralelamente, serão disponibilizados apoios no âmbito do fornecimento de água, saneamento e produtos de higiene.