A grande peregrinação de 2020 “mais participada por peregrinos” no Santuário de Fátima aconteceu este fim de semana, dias 12 e 13 de setembro. Pela primeira vez, o templo mariano da Cova da Iria “viu-se obrigado a encerrar as entradas, a meio da celebração [dominical], pondo em prática o plano criado no âmbito da pandemia da Covid-19, que prevê uma ocupação segura para o recinto de oração”, explicam os serviços de comunicação do santuário.
No decorrer da Eucaristia de 13 de setembro, foram sendo “deixados apelos constantes para o cumprimento das regras” de distanciamento físico, assim como “chamadas de atenção que foram bem recebidas pela multidão de peregrinos, que se dispersou pelo extenso recinto de oração”, adianta o Santuário de Fátima. Esta celebração contou com a presença de peregrinos que integraram a sexta “Peregrinação da comunidade surda ao Santuário de Fátima”, grupos portugueses, um proveniente de França, quatro de Espanha, dois oriundos de Itália e um da Polónia.
A Eucaristia destacou-se também pela participação de funcionários do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que transportaram o andor com a imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. A presidir à celebração esteve Manuel Pelino, bispo emérito de Santarém, que sensibilizou os peregrinos para a capacidade de perdoar. “O perdão alicerça a convivência fraterna na comunidade e aproxima-nos de Deus, levando-nos a amar como Ele nos ama. Orienta-nos, assim, para uma existência reconciliada e faz resplandecer mais claramente, na nossa vida e na da Igreja, a misericórdia e a graça de Deus”, referiu o prelado.
A concelebrar à Eucaristia deste domingo esteve António Marto, cardeal e bispo na diocese de Leiria-Fátima, que reforçou a importância do perdão. “Um mundo onde não há o perdão é um mundo perdido… Uma família onde não se cultiva o perdão é uma família perdida… Uma comunidade cristã onde não há perdão é uma sociedade perdida”, alertou o responsável, sem esquecer de fazer referência aos alunos que se preparam para regressar às aulas, às vítimas da pandemia, e restantes doentes, idosos e aos que vivem sós. António Marto lembrou ainda o povo libanês e os refugiados do campo de Moria, na ilha grega de Lesbos, onde um fogo acentuou o sofrimento já existente. Para estes casos, o cardeal pediu aos peregrinos uma oração em silêncio.