Os civis continuam a ser alvo do conflito e das violações e abusos cometidos por quase todos os agentes armados na Síria, segundo o mais recente relatório da Comissão Internacional de Inquérito, onde é revelado um aumento em determinados padrões de abusos, como os assassinatos, violência sexual contra meninas e mulheres, saques e roubos de propriedade com nuances sectárias.
De acordo com os relatores, quase todas as partes da guerra na Síria, que dura há mais de nove anos, continuam a espalhar o medo e a repressão pela população, que também sofre com extorsões para obtenção de dinheiro. Foram documentadas várias violações e detenções arbitrárias pelas forças do governo, o Exército Nacional da Síria (ENS), pelas Forças Democráticas da Síria, Hay’at Tahrir al-Sham e outros atores do conflito.
A Comissão destaca ainda que os desaparecimentos recentes, casos de tortura, violência sexual e mortes sob custódia podem ser considerados crimes contra a humanidade. Na cidade de Afrin e áreas limítrofes, o relatório documenta como o ENS pode ter cometido crimes de guerra como a tomada de reféns, tratamento cruel, tortura e violações.
Na mesma região, centenas de civis foram assassinados e mutilados por explosivos improvisados, assim como bombardeamentos e ataques com foguetes. Como resultado, mulheres, crianças e homens foram mortos enquanto faziam compras na feira ou em mercados lotados. Os saques também proliferaram nas áreas curdas atacando não somente os civis, mas comunidades e culturas inteiras. A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) diz ter imagens de satélite para provar esses crimes.