A Organização das Nações Unidas (ONU) defendeu esta semana o congelamento da dívida em todo o continente africano, por forma a salvar vidas, proteger sociedades e lançar bases para uma melhor recuperação dos efeitos diretos e indiretos causados pela pandemia de Covid-19.
Segundo a organização, citada pela agência Lusa, África precisa de cerca de 169 mil milhões de euros para ultrapassar as dificuldades levantadas pela crise pandémica, já que enfrenta riscos consideráveis, devido à baixa taxa de testes, ao saneamento precário, às capacidades médicas limitadas e às dificuldades na aplicação de medidas de distanciamento físico e sanitário.
Recordando que o mundo está ainda na “fase aguda” da pandemia, uma “crise humana” que merece o “maior esforço de saúde pública da história”, a ONU reiterou a intenção de concentrar esforços numa resposta a três níveis: na saúde; na adoção de políticas para a salvaguarda de meios de subsistência; e num processo de recuperação inclusivo e “transformador”.
Nesse sentido, apontou como referência o Plano de Resposta Humanitária Global, do Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), que inclui os 63 países “mais vulneráveis”, entre os quais se encontram Angola, Brasil, Moçambique, Timor-Leste, República Centro-Africana e Venezuela. Um plano que requer 8,7 mil milhões de euros, mas que tinha angariado menos de 25 por cento do valor até 03 de setembro.
A organização incentivou todos os países a reconhecerem a saúde como “um bem público universal” e a garantirem a distribuição de vacinas para a Covid-19 para toda a população. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 31 candidatas a vacinas em processo de avaliação, das quais, nove estão em ensaios clínicos.