Melhores serviços básicos, mais cooperação internacional, ação climática, mais participação da ONU e confiança num futuro melhor. Estes foram os principais desafios lançados pelos participantes num inquérito internacional promovido pelas Nações Unidas no âmbito das comemorações do 75º aniversário da fundação da organização.
Ao apelo lançado pela ONU responderam habitantes dos 193 Estados-membros, num total de um milhão de participações, e apesar da procedência, origem, idade ou género, os participantes mostraram-se “notavelmente unidos” na sua visão de futuro para um mundo mais justo.
Entre os cinco desafios mais mencionados, e que serão apresentados na Assembleia Geral da organização a decorrer esta semana, destaca-se como prioridade imediata a criação de melhores serviços básicos. “O vírus [Covid-19] tem levado postos de trabalho, interações sociais, educação e paz. O medo está em toda a parte e as pessoas não estão a responder bem”, disse um participante do México.
O reforço da cooperação internacional surge como o segundo desejo mais referido, salientando a importância do multilaterismo para fazer frente aos desafios globais, nomeadamente no desenvolvimento, produção e distribuição de uma vacina que beneficie todos os países, ricos ou pobres. “É fundamental que a recuperação se construa sobre um espírito de humanidade. A lição que aprendemos da pandemia é que literalmente ninguém está a salvo a menos que todos o estejam”, referiu um participante da Albânia.
A ação climática surge como outro dos desafios a ultrapassar, tendo em conta a incapacidade da humanidade de travar o aquecimento do planeta, assim como o aumento da pobreza, a corrupção dos governos, a violência comunitária e o desemprego. Nesse plano, 74 por cento dos participantes consideram a ONU como “essencial” para enfrentar com eficácia os desafios globais.
Já no que diz respeito ao futuro, os participantes mais jovens e os de muitos países em desenvolvimento tendem a ser mais otimistas que as pessoas mais velhas ou as que vivem em países desenvolvidos. A população da Ásia central e meridional e da África subsaariana é mais propensa ao otimismo do que a que vive na Europa e na América do Norte.