Em vésperas da realização de greves escolares em todo o mundo contra as alterações climáticas, a Amnistia Internacional (AI) lançou um apelo aos líderes mundiais que estão a responder à pandemia para que não utilizem a Covid-19 como “desculpa” para não atuar contra a crise climática.
“Os líderes e as líderes mundiais devem deixar de utilizar a Covid-19 como desculpa para atrasar a adoção urgente de medidas contra a crise climática se não querem arriscar-se a defraudar ainda mais as crianças e as gerações futuras”, alertou a organização em comunicado.
Os ativistas apoiam as crianças e jovens que participam nas manifestações pelo clima e lamenta que tenham visto alteradas de forma inimaginável as suas vidas, a sua educação e a sua saúde, por causa da pandemia. Nesse sentido, consideram “absolutamente vergonhoso” que tenham que passar mais tempo fora da escola “para exigir a pessoas adultas que façam o há para fazer, neste caso, para advertir para as “inconcebíveis consequências que terão a inação climática nas suas vidas e nos direitos humanos”.
Segundo a AI, era suposto que 2020 fosse “o ano da ação climática”, mas, “lamentavelmente, está a ser o ano da Covid-19”. Apesar disso, renunciar à ação climática é demonstrar “uma tremenda miopia política”, uma vez que o aquecimento global “provoca desastres, doenças e outros efeitos de proporções incomensuráveis”.
Os governos comprometeram-se a apresentar planos atualizados para reduzir as emissões de gases, com o objetivo de limitar o aquecimento global, mas até agora, “apenas 12 países” anunciaram os seus compromissos, sendo a data limite para a apresentação destes planos é o final deste ano.
“Se os governos podem destinar milhares de milhões de euros para planos de regulação temporária do emprego e para resgatar empresas, devem poder tomar a decisão óbvia de começar urgentemente a abandonar de forma progressiva os combustíveis fósseis”, afirmou o diretor do Programa de Direito e Política da AI, Ashfaq Khalfan.