Aproveitando a celebração da Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado, que se assinala este domingo, 17 de setembro, o cardeal Antonio Cañizares, arcebispo da diocese espanhola de Valência, publicou uma carta pastoral a pedir que ninguém feche os olhos aos movimentos migratórios e muitos menos ignore o direito à dignidade dos migrantes e refugiados.
“Não endureçamos os nossos corações aos migrantes e refugiados: abramo-nos a eles, irmãos que vêm de longe», exorta o purpurado, chamando a atenção para a situação dramática de quem se vê obrigado a fugir da violência e para as provações que têm de enfrentar, motivos mais que suficientes para impedir que a sociedade em geral cruze os braços a este flagelo.
Segundo Antonio Cañizares, as migrações “são um motor da história”, mas atualmente têm novas características e apresentam um problema muito específico, muito variado e complexo, “cheio de drama e repercussão”. “Acolhê-los, integrá-los e protegê-los, com cordialidade e eficácia, para que se sintam reconhecidos em toda a sua dignidade de irmãos”, é a melhor forma “de nos sentirmos verdadeiramente solidários com quem sofre na pele os efeitos da marginalização e da pobreza”, acrescentou o arcebispo.
O ano passado, a Cáritas Diocesana de Valência atendeu cerca de 30 mil migrantes, dos quais 61 por cento eram estrangeiros. Além disso, o programa de acolhimento da arquidiocese indica que foram alojadas famílias de 20 nacionalidades, da América Latina, África, Europa e Médio Oriente.