Todos os anos cerca de 13 mil adolescentes quenianas deixam os estudos por ficarem grávidas, segundo uma investigação da plataforma Youth Act, pertencente à Fundação Amref Health África. O estudo revela que mais de 900 adolescentes ficam grávidas diariamente no país africano e que, em 2018, os centros de saúde reportaram mais de 500 mil casos de gravidez entre jovens com idades entre os 10 e os 19 anos.
Segundo a organização, a alta taxa de gestação nas adolescentes é um problema para a educação feminina, mas também para a saúde global, já que, como alerta a Organização Mundial de Saúde (OMS), as complicações durante a gravidez e o parto são a maior causa de morte das jovens entre os 15 e 19 anos.
Em relação às causas do elevado números de casos no Quénia, a investigação aponta como principais motivos os matrimónios forçados com homens mais velhos, o desconhecimento dos métodos contracetivos e a falta de acesso a uma eficaz saúde sexual.
De acordo com o Instituto Guttmacher, que investiga o tema da saúde sexual e reprodutiva, 83 por cento dos professores quenianos afirmaram ter falado de métodos contracetivos com os seus alunos, mas apenas 13 a 20 por cento dos estudantes disseram ter aprendido os diferentes métodos, como usá-los e onde obtê-los.
Para a Amref Health África, é “imperativo e urgente” que os e as adolescentes africanos tenham acesso a saúde sexual de qualidade, sem olhar à sua origem social, nível de educação ou se vivem em zonas remotas.