A explosão que ocorreu no porto de Beirute, no passado dia 4 de agosto, provocou danos em 163 escolas da capital libanesa e colocou em risco a escolarização de uma em cada quatro crianças, segundo um estudo da organização não governamental (ONG) Comité Internacional de Resgate (IRC, na sigla em inglês).
Os estabelecimentos escolares destruídos tinham mais de 85 mil alunos inscritos, e nos casos mais extremos, levarão até um ano a ser reconstruídos, um período demasiado longo tendo em conta que as aulas deverão ser retomadas em outubro. Assim, os menores afetados terão de deslocar-se para escolas mais distantes e assumir maiores custos de transporte, uma situação impraticável para algumas famílias.
“Alguns [menores] perderam os seus entes queridos e outros ficaram com ferimentos que os vão marcar para a vida. As crianças necessitam de estabilidade e a escola é normalmente o lugar onde podem obtê-la”, alertou o responsável do IRC no Líbano, Mohamad Nasser, manifestando o receio de que para muitos destes menores “voltar à escola não seja uma opção”.
Nas últimas semanas, os técnicos da ONG entrevistaram várias famílias que já atravessavam dificuldades antes da explosão e que agora, segundo Nasser, sentem ainda mais complicações para colocar comida na mesa. Perante esta situação, algumas começaram a retirar os filhos da escola para colocá-los a trabalhar.