O Instituto Padre António Vieira (IPAV) está a liderar um movimento em Portugal que defende que a vacina contra a Covid-19 deve ser acessível a todos, com prioridade para “os mais vulneráveis em cada um dos países”. A iniciativa conta com o apoio de 117 personalidades de diversas áreas da sociedade portuguesa, tais como o ex-Presidente da República, António Ramalho Eanes, o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, ou o bibliotecário e arquivista do Vaticano, José Tolentino Mendonça.
De acordo Rui Marques, presidente da direção do IPAV, o fundamental é que a vacina, “ou vacinas”, quando forem descobertas e aprovadas, “sejam acessíveis a todos os cidadãos do mundo, segundo um critério de maior vulnerabilidade”, isto é, as pessoas mais vulneráveis “poderem ter prioridade e depois os menos vulneráveis”.
Em declarações à agência Ecclesia, a propósito do movimento “Vacina Covid-19 para Todos”, o responsável disse acreditar ser possível encontrar uma “solução equilibrada”, para que os países se unam e, em conjunto com as farmacêuticas, encontrem uma plataforma para que as vacinas possam chegar aos sete mil milhões de habitantes do mundo “por critério de vulnerabilidade”.
“Esta proposta não é uma utopia, não é radical, no sentido de não reconhecer que há um justo e devido retorno que as farmacêuticas esperam e devem ser ressarcidas. Não podem é transformar esta vantagem, se fosse vendida a preços muito elevados, o que limitaria que só alguns países tivessem acesso, capacidade financeira para comprar essas vacinas”, assinalou Rui Marques.