O mais recente relatório sobre o Desenvolvimento Económico em África, realizado pela Organização das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês), alerta que o combate eficaz à fuga de capitais e aos fluxos ilícitos no continente africano podia gerar novos fundos para responder à crise provocada pela pandemia de Covid-19.
“Os países africanos precisam de angariar pelo menos 200 mil milhões de dólares [171 mil milhões de euros] para lidar com os custos socioeconómicos da pandemia de Covid-19, para além dos gastos de emergência em saúde”, refere o documento, salientando que “88,6 mil milhões de dólares [76 mil milhões de euros] saem do continente todos os anos na forma de fuga ilícita de capitais”.
A análise da UNCTAD destaca como exemplo positivo o caso de Angola, que em 2004 e 2012, na sequência de investigações criminais sobre corrupção e lavagem de dinheiro no país, conseguiu recuperar fundos que permitiram “a construção de um hospital, infraestruturas, fornecimento de água e construção de competências para a reintegração das pessoas deslocadas”.