A suspensão do programa de vacinação animal no Iémen, por falta de fundos, pode transformar-se num “golpe fatal” para mais de 200 mil famílias rurais, que têm na pecuária a sua principal fonte de rendimento. Para que a campanha seja reiniciada, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) diz precisar com urgência de 2,5 milhões de euros.
“A pecuária é a principal fonte de rendimento para muitas famílias rurais. Se o gado adoece ou morre, essas famílias perdem o rendimento de que precisam para sobreviver”, alertou a coordenadora humanitária da FAO para o Iémen, Lise Grande, sublinhando que muitas das famílias afetadas estão entre as mais pobres do país e algumas delas já a passar fome.
O setor da pecuária é fundamental para o sustento de mais de 3,2 milhões de pastores em todo o Iémen. As famílias criam ovelhas, cabras e gado e dependem do consumo e da venda desses produtos para sobreviver, pois em situações de emergência, a venda de um animal apresenta-se como a principal estratégia para garantir a sobrevivência.
O ano passado, de acordo com dados da FAO, mais de 1,6 milhão de animais foram atendidos com serviços veterinários, beneficiando mais de 100 mil agricultores carentes. Com a interrupção do programa de vacinação, que era gratuito, a maioria dos agricultores não tem capacidade financeira para assegurar a imunização.