O reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas revelou esta segunda-feira, 12 de outubro, que este ano o quadro de pessoal do templo mariano foi reduzido em 51 postos de trabalho, por rescisões amigáveis, aposentação, demissões a pedido dos trabalhadores ou não renovação dos contratos laborais.
Segundo o sacerdote, depois de terem sido informados do plano de reestruturação, 14 funcionários aceitaram desvincular-se através de acordos amigáveis. E ao longo do ano, ocorreram 15 demissões a pedido dos trabalhadores, 18 não renovações do contrato e quatro funcionários passaram à situação de reforma.
Carlos Cabecinhas explicou que o santuário se viu obrigado a avançar com este plano para reduzir custos, tendo em conta o prolongamento da situação pandémica, mas que nunca foi intenção avançar com despedimentos. “Tivemos a preocupação de não rescindir contrato quando o funcionário era o único a contribuir para o rendimento familiar”, sublinhou o reitor, realçando o facto de vários dos colaboradores que rescindiram se terem inscrito como voluntários para participar como acolhedores na última peregrinação internacional aniversária do ano, que se inicia esta noite.
Carlos Cabecinhas recordou que este ano, fruto da pandemia, o santuário registou quebras nas receitas de 56 por cento e o valor dos donativos desceu 47 por cento. Ao contrário, os pedidos de ajuda aumentaram e o templo reforçou em 60 por cento a percentagem de ajuda social, ao destinar cerca de 800 mil euros em apoio aos mais carenciados.
Na conferência de imprensa de lançamento da peregrinação, o bispo de Leiria-Fátima, António Marto, apelou à responsabilidade todos, e aos cristãos em particular, para que no Natal se venha a repetir o que aconteceu na Páscoa, com a população obrigada ao confinamento.
“Peço a todos que voltemos o nosso olhar para Nossa Senhora de Fátima, de modo particular neste mês de outubro. Que ela nos ajude a libertar da pandemia e a ser testemunhas responsáveis de solidariedade e de esperança”, afirmou o cardeal.
Já o bispo de Setúbal e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas, realçou a necessidade de haver inteligência na mente e no coração, para encontrar caminhos e soluções para o momento que vivemos.
“É importante que se tenha aprendido com todo o esforço que estamos a fazer. É preciso reencontrar novas energias, rever o papel da Igreja e a sua forma de atuar, que teve que se redimensionar … Espero que isto nos sirva para sairmos mais fortes”, disse o prelado.