O arcebispo de Lagos, na Nigéria, emitiu um comunicado a denunciar a brutalidade policial protagonizada por uma unidade especial que devia lutar contra os roubos violentos e que é acusada de ações criminais contra a população. “Nestes últimos tempos, temos recebido várias informações e pudemos ver muitos vídeos sobre alguns membros das forças policiais nigerianas envolvidos em atos de brutalidade e extorsão contra cidadãos inocentes”, destaca o documento.
Segundo Alfred Martins, citado pela agência Fides, é lamentável que as pessoas autorizadas constitucionalmente a oferecer segurança e garantir a paz e a ordem se tenham tornado uma ameaça para quem deviam proteger. “A única forma de acalmar a ira no país é garantir que os perpetradores compareçam perante a lei e se faça justiça”, refere o arcebispo.
A população tem vindo a denunciar os abusos cometidos essencialmente pelos elementos do Esquadrão Especial Antirroubo há vários anos. O chefe da polícia chegou a ordenar uma reorganização da unidade, mas uma investigação realizada pela Amnistia Internacional, em junho, concluiu que os abusos continuaram impunes.
“Lamentavelmente, temos sido testemunhos da aparente incapacidade das nossas autoridades policiais para pôr fim a esta violência. Sabemos de pelo menos quatro tentativas por parte das altas hierarquias da polícia para chamar a ordem a estas unidades especiais sem êxito e perguntamos porquê”, sublinha o arcebispo.
Perante esta situação, Alfred Martins pede ao Presidente Muhammadu Buhari “que convença a Comissão de Serviços da Polícia e o Inspetor-Geral da Polícia para que iniciem uma revisão exaustiva e realista de toda a estrutura da força policial, por forma a restaurar a sua integridade”.