O governo da Guiné-Bissau decretou a suspensão administrativa de todos os processos de adoção internacional, até que esteja aprovado um novo decreto-lei que obrigará os casais a cumprirem todas as regras estabelecidas para a saída de menores do país.
“O que tem acontecido é que a adoção está a ser feita de forma ilegal e às vezes não há cadastro de todo o processo. Estamos a perder guineenses, o Estado não sabe quem é essa pessoa que adotou, não conhece, e a partir do momento que a criança passa no aeroporto perde-se o rasto da criança e isso não pode acontecer”, explicou a ministra da Mulher, Conceição Évora, em declarações à agência Lusa.
Segundo a governante, existem casas de acolhimento que recebem crianças órfãs e promovem adoções de forma ilegal, o que por vezes pode conduzir ao tráfico de seres humanos, neste caso de crianças. Como o governo está a trabalhar numa proposta de decreto-lei sobre a matéria, foi decidido suspender todas as adoções internacionais de crianças e jovens, até o documento estar aprovado.
“Há casais que estão a seguir os trâmites normais para a regularização dessa adoção, mas a maior parte dos casos que acontece neste momento não segue esses trâmites normais por isso é que queremos suspender para poder obrigar ao cumprimento escrupuloso da lei da adoção no país”, sublinhou Conceição Évora, acrescentando ter tido informações de pessoas que levam crianças que nem sequer foram registadas pelos pais biológicos.