Um relatório do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Empresas e Direitos Humanos destaca a evolução de conflitos na última década: o número de guerras civis quase triplicou, resultando num aumento de seis vezes em mortes associadas. O pico foi registado em 2016, data em que 53 países tinham situações em conflito.
No documento, os relatores realçam que a pandemia de Covid-19 agravou tanto os riscos de conflitos violentos como o cenário político, que já era frágil, e sugerem a todos os atores, incluindo empresas, que garantam que suas ações não alimentem as tensões e a violência.
“Este é um quadro sombrio. Mais do que nunca, as empresas enfrentam desafios complexos para evitar o seu envolvimento em abusos dos direitos humanos se operam ou mantêm relações comerciais com atores em ambientes de conflito”, alerta a presidente do Grupo de Trabalho, Anita Ramasastry,
Segundo a responsável, mesmo havendo empresas com a melhor das intenções operando em países pós-conflito, em especial num contexto de reconstrução, ou nações em período de justiça transicional, as companhias podem enfrentar uma série de possíveis armadilhas.
O documento foi apresentado à Assembleia Geral da ONU, seguindo agora para uma série de discussões com representantes da sociedade civil, de empresas, de governos e de entidades internacionais. O objetivo é assegurar uma ação mais decisiva para integrar os negócios e os direitos humanos em estruturas de paz e segurança.