A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou esta semana para a ocorrência do fenómeno “La Niña”, que este ano deverá ter intensidade moderada a forte, mas irá provocar alterações na temperaturas e nos índices de precipitação em diversos pontos do planeta. São esperadas consequências para a agricultura, saúde, recursos hídricos e gestão de desastres naturais.
A declaração global do “La Niña”, um fenómeno com efeito oposto ao “El Niño” – que provoca o aquecimento das temperaturas – serve para que os governos possam planear medidas antecipadas para os setores mais sensíveis ao clima, já que o evento causa flutuações nas temperaturas da parte equatorial do Oceano Pacífico e mudanças na circulação atmosférica gerando riscos de chuvas fortes, inundações e seca.
A ocorrência do “La Niña” coincide com uma importante estação de chuvas e plantio em grande parte da África Oriental, que deverá apresentar condições mais secas do que o normal. Somando isto aos impactos da invasão de gafanhotos do deserto, a situação pode aumentar a insegurança alimentar.
O evento também pode levar ao aumento da precipitação na África Austral e afetar a temporada de ciclones tropicais do sudoeste do Oceano Índico, reduzindo a sua intensidade. Na América do Sul, pode provocar chuvas acima do normal em grandes partes do norte do continente.