Os representantes diplomáticos de 10 países deverão viajar na próxima semana para o interior da Amazónia, a convite do governo brasileiro, numa missão chefiada pelo vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, que é encarada como uma ofensiva diplomática para responder à Europa após várias críticas à forma como tem vindo a ser gerida a maior floresta tropical do mundo.
O Brasil “não nega ou esconde informações sobre a gravidade da situação” que atinge a floresta, como incêndios e desflorestação recorde, mas “não aceita narrativas simplistas ou distorcidas” que “prevalecem em algumas partes do mundo”, explicou Mourão, quando anunciou a preparação desta viagem, que tem uma duração prevista de três dias.
A Amazónia brasileira registou, entre janeiro e setembro deste ano, 76.030 queimadas, o maior número desde 2010, quando foram registados 102.409 focos de incêndio no mesmo período, informou na semana passada o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Já a desflorestação da maior floresta tropical do mundo atingiu mais de sete mil quilómetros quadrados de janeiro a setembro, um número alarmante, apesar de uma queda de 10 por cento face o mesmo período de 2019, ano em que foram quebrados todos os recordes, segundo o mesmo organismo público.