A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) está a reforçar a resposta de apoio ao Iémen, para fazer face à destruição das colheitas no Iémen provocada pelo surto de gafanhotos do deserto. O país já enfrenta a pior crise humanitária do mundo, devido a quatro anos de conflito, com mais de dois terços da população – cerca de 24,1 milhões de pessoas – a precisar de ajuda urgente.
Segundo testemunhos de vários agricultores, as nuvens de gafanhotos destruíram por completo as colheitas e agora começam a atacar também a forragem, que era usada para alimentar os animais. Os insetos também dizimaram plantações de rabanete, cebola, gergelim, agrião e até de tâmaras, deixando os camponeses praticamente sem meios de subsistência.
O gafanhoto do deserto é considerado a praga migratória mais prejudicial do mundo, já que se alimenta das colheitas e vegetação usadas como forragem pelos pastores e consome o seu próprio peso por dia. Uma pequena nuvem de gafanhotos pode comer a mesma quantidade que 35 mil pessoas num só dia.
O Iémen é um terreno fértil para este tipo de inseto, estando a FAO a apoiar as operações de controle com meios logísticos, fornecendo mais de 14,8 mil litros de pesticidas e treinando 393 equipas de campo em técnicas de controle, saúde, segurança e práticas ambientais. Segundo os responsáveis da agência, é crucial controlar a infestação no país para prevenir uma nova propagação da praga no Sudeste de África e no Sudoeste Asiático.