Um em cada três alunos em todo o mundo foi vítima de bullying, com consequências arrasadoras no desempenho escolar, na saúde física e mental, segundo dados revelados pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a propósito do Dia Internacional contra a Violência e o Bullying na Escola, que se assinala pela primeira vez esta quinta-feira, 5 de novembro.
Segundo a agência, todas as crianças podem ser vítimas de bullying, mas evidências mostram que as crianças que são percebidas como “diferentes” de alguma forma correm mais risco. Um fenómeno que se agravou com o encerramento das escolas devido à pandemia de Covid-19, pois os alunos ficaram mais tempo em frente ao computador, aumentando a sua exposição ao cyberbullying, uma forma de bullying psicológico ou assédio que acontece online.
“O bullying digital permite gravar as conversas, gravar as mensagens, fazer coisas horríveis que, para todos os efeitos, são provas de uma fragilidade de uma das pessoas, quase sempre a vítima, e que depois é alavancado e utilizado pelos opressores para terem domínio sobre ela”, salientou à ONU News o psicólogo clínico português, Nuno Henriques.
As vítimas de bullying têm maior probabilidade de se sentirem estranhas na escola e de quererem abandonar os estudos, apresentando com frequência um desempenho académico mais baixo. O bullying também está associado a taxas mais altas de sentimento de solidão e suicídio, uso de tabaco, álcool e drogas.
Para combater este tipo de violência nas escolas, aumentar a consciencialização, promover a troca de experiências e mobilizar governos, especialistas e a comunidade educativa, a UNESCO realiza esta quinta-feira uma conferência internacional que incluirá mesas-redondas com ministros e representantes do sistema educativo.