“A situação continua complexa. É só olharmos para o número de deslocados que se fazem à [cidade de] Pemba, com todos os riscos. [Os grupos insurgentes] estão a assaltar aldeias para roubar mantimentos para sua própria logística”, afirmou esta semana o ministro do Interior de Moçambique, quando convidado a pronunciar-se sobre a situação na província de Cabo Delgado.
Em declarações aos jornalistas, Amade Miquidade aproveitou para lamentar a morte de pelo menos 40 pessoas, incluindo deslocados, na sequência de um naufrágio entre as ilhas de Ibo e Matemo, no norte do país. A embarcação, que saía de Palma com destino a Pemba, levava mais de 70 pessoas e o naufrágio ocorreu devido ao mau tempo e ao excesso de carga, disse à agência Lusa o presidente do Conselho Autárquico de Pemba, Florete Simba Motarua.
A capital provincial está desde meados de outubro a receber uma vaga de deslocados, que viajam em barcos precários até Pemba, devido a novos ataques em distritos mais a norte daquela província do norte de Moçambique. No total, segundo dados oficiais, chegaram a Pemba cerca de 11.200 deslocados desde 16 de outubro e as autoridades municipais alertam para a falta de espaço para receber mais pessoas.
“Estamos a precisar de alimentação, de tendas, de roupas, panelas para cozinhar, e para nós tudo é urgente. Por isso, apelo a todos que sejam ágeis no seu apoio a Moçambique”, tem apelado, com insistência, o bispo de Pemba, Luíz Fernando Lisboa.