O governo da Etiópia declarou “guerra” ao movimento separatista de Tigré, depois deste grupo de insurgentes ter atacado, alegadamente, várias bases militares na região. Foi declarado o estado de emergência por seis meses, há relatos de bombardeamentos aéreos na capital local, mas as informações são escassas, já que as autoridades mandaram cortar as telecomunicações e a internet.
“O nosso país entrou numa guerra que não previu. Esta guerra é vergonhosa e sem sentido. Estamos a trabalhar para que não chegue ao centro do país”, declarou o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas da Etiópia, general Berhanu Jula.
Entretanto, o Parlamento etíope aprovou o estado de emergência declarado pelo governo, que confere ao executivo “todos os poderes necessários para proteger a paz e a soberania do país e para manter a segurança pública, a lei e a ordem”, permitindo-lhe suspender certos “direitos políticos e democráticos”, de acordo com a Constituição.
Em comunicado, os bispos católicos da Etiópia apelaram ao diálogo e ao entendimento entre as partes em conflito: “Pedimos às partes que resolvam as suas diferenças de forma amigável, com espírito de respeito, compreensão e confiança. E rezamos para que as pessoas vivam com respeito, em consulta e diálogo, e trabalhem juntas para a prosperidade do seu país”.