Um novo relatório elaborado em conjunto pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) e Programa Alimentar Mundial (PAM) estima que a fome e a deslocamento das populações em todo o mundo poderá aumentar ainda mais, enquanto as pessoas em movimento e que dependem de fluxos de remessas cada vez menores, procuram desesperadamente trabalho para poder apoiar as suas famílias.
Segundo o estudo, o primeiro do género, a pandemia de Covid-19 está a piorar a insegurança alimentar e a aumentar a vulnerabilidade entre os migrantes, afetando também as famílias que dependem das remessas e as comunidades forçadas a abandonar as suas terras por causa dos conflitos, violência e desastres naturais.
“O impacto socioeconómico da pandemia é mais devastador que a doença em si. Muitas pessoas em países com rendimentos baixos e médios, que há meses atrás estavam em situação de pobreza, agora encontram-se com os seus meios de subsistência totalmente destruídos. E as remessas que os trabalhadores no exterior enviavam aos familiares também se esgotaram, fazendo disparar as taxas de fome em todo o mundo”, sublinhou David Beasley, diretor executivo do PAM.
Temendo que os danos sociais e económicos da pandemia possa revelar-se devastadores, os responsáveis das duas agências da ONU fazem um apelo à comunidade internacional para que redobre os esforços na resposta às necessidades humanitárias, assegurando que os mais vulneráveis não são esquecidos.