Um grupo de pelo menos 100 redes e organizações da sociedade civil escreveu esta semana uma carta aberta dirigida o governo brasileiro, manifestando-se contra um alegado plano do executivo para controlar a ação das organizações não governamentais (ONG) que trabalham na Amazónia.
“A atuação de organizações da sociedade civil é a expressão viva do pluralismo de ideias e sua liberdade está garantida na Constituição. Querer controlá-las é, em última instância, tentar silenciar liberdades constitucionais”, protestam os ativistas, que ficaram a conhecer as intenções do governo através da imprensa.
Segundo informações veiculadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Conselho Nacional da Amazónia Legal, presidido pelo vice-presidente Hamílton Mourão, pretende “obter o controle de 100 por cento das ONGs que atuam na Região Amazónica, até 2022, a fim de autorizar somente aquelas que atendam os interesses nacionais”.
“O Conselho Nacional da Amazónia Legal, colegiado inepto, sem participação social e de resultado quase nulo na defesa da floresta, deveria apresentar ao país algum plano para a diminuição do desmatamento, do crime ambiental, da grilagem e das queimadas. Ao invés disso, o que vemos é a confeção de um plano para silenciar os críticos ao governo e para sufocar a democracia”, queixam-se os ativistas.