O ano passado, a percentagem de trabalhadores em Portugal cujo rendimento disponível fica abaixo do limiar da pobreza voltou a subir, o que coloca o nosso país no quinto lugar das maiores taxas de pobreza no trabalho no bloco comunitário, apenas atrás da Roménia, Espanha, Luxemburgo e Itália.
Segundo um relatório conjunto sobre a evolução do emprego, elaborado pela Comissão Europeia e Conselho Europeu, Portugal voltou ao grupo de países onde mais de um décimo dos trabalhadores está em risco de pobreza, com uma taxa de pobreza entre trabalhadores de 10,8 por cento, mais 1,1 pontos percentuais do que em 2018.
“As tendências estruturais que estão a transformar os mercados de trabalho, tais como a digitalização e o crescimento de formas atípicas de trabalho, estão a resultar numa maior polarização do emprego, num declínio do emprego em ocupações com salários médios e num aumento simultâneo das profissões com salário baixos e elevados”, explicam os autores do relatório.