Os bispos do Senegal, Mauritânia, Cabo Verde e Guiné-Bissau, na África Ocidental, emitiram uma declaração conjunta a manifestar a sua preocupação com a dramática questão da imigração ilegal, convidando os governos dos seus países a apresentar soluções concretas para a resolução do problema.
“Estamos profundamente preocupados pela recrudescência do fenómeno da imigração ilegal, em alguns de nossos países, especialmente da juventude. E estamos solidários com as famílias que choram pela perda de seus entes queridos”, por causa deste dramático flagelo, refere o documento, recordando as 140 pessoas que naufragaram na costa senegalesa, em outubro, e os 295 migrantes senegaleses resgatados no mar, enquanto tentavam de chegar às Ilhas Canárias.
Segundo os bispos, “apesar dos esforços feitos, esporadicamente, para melhorar sua condição social e económica, a situação continua muito crítica para muitas pessoas”, notando-se ainda uma enorme “falta de assistência adequada aos jovens africanos” e a escassez de “soluções satisfatórias para os problemas dos jovens que imigram de modo ilegal”.
No que se refere à segurança e à paz social, os prelados denunciam “um progressivo aumento nas várias formas da violência, às vezes, por ideologias que defendem a exclusão e a intolerância, com base na religião, origem, cultura, etnia ou filiação política”. Nesse sentido, apelam às populações que sejam “mais abertas, tolerantes e disponíveis ao diálogo”, e às autoridades que “garantam e promovam a justiça, a equidade, a paz e a coesão social”.