Poluição
Anualmente, são registadas sete milhões de mortes prematuras devido à má qualidade do ar | Foto: EPA / Bin Han

As concentrações de gases de efeito estufa subiram para um novo recorde em 2019 e deverão voltar a aumentar este ano apesar da esperada redução das emissões devido aos confinamentos para travar a propagação da Covid-19, informou a Organização Meteorológica Mundial (OMM), advertindo para a complacência generalizada em relação ao clima.

Muitos cientistas esperavam a maior queda anual das concentrações de carbono dos últimos anos em 2020, já que as medidas para conter o coronavírus deixaram inúmeros aviões em terra, barcos atracados e os viajantes em casa. No entanto, a OMM classificou a queda projetada para este ano como “uma pequena irregularidade” que não será maior do que as flutuações anuais normais.

Segundo o mais recente relatório da OMM, em 2019, os níveis de dióxido de carbono, um produto que resulta da queima de combustíveis fósseis e o que mais contribui para o aquecimento global, registaram um aumento anual maior do que no ano anterior e superaram a média da última década. “Esta taxa de aumento nunca tinha sido vista na história dos nossos registos”, disse o secretário-geral da organização.

De acordo com Petteri Taalas, os dados globais ainda não estão disponíveis para 2020, mas a tendência para o aumento das concentrações parece manter-se intacta, tendo em conta as leituras iniciais das estações de Tasmânia e Havai. “Independentemente do que fizermos hoje para travar as emissões, grande parte do dióxido de carbono que já se emite há décadas permanece na atmosfera e contribui para o aquecimento global”, especificou especificou o responsável, citado pelas agências noticiosas internacionais.