A menina de 13 anos sequestrada, convertida ao Islão e submetida a um casamento forçado, vai continuar à guarda dos serviços sociais do Paquistão, por decisão do Tribunal Superior de Sindh, que, por enquanto, não permite que a menor regresse à sua família de origem. Os pais de Arzoo Raja anunciaram que vão apelar ao Supremo Tribunal para obter a sua custódia.
O homem acusado do sequestro, Azhar Ali, tinha apelado ao tribunal para que retirasse todas as acusações, alegando que os documentos apresentados provavam que o casamento era legal e que a custódia da menina lhe pertencia, mas nenhuma das decisões lhe foi favorável.
“O tribunal, na audiência anterior, declarou ilegal o matrimónio e manteve abertas as acusações contra Azhar Ali. Depois da audiência de hoje [dia 23 de novembro], foram validadas as denúncias de violação de uma menor de 16 anos, delito que pode ser punido com prisão perpétua ou com a pena de morte”, explicou Jibrain Nasir, o advogado contratado pela família da Arzoo.
Embora a decisão tenha sido saudada por colocar a menina a salvo, gerou alguma desilusão por não permitir o seu regresso a casa. “Esperávamos que Arzoo fosse confiada à família. Já houve casos no passado em que as filhas menores foram devolvidas às famílias. O juiz ordenou que ela permaneça no centro de acolhimento o tempo que quiser. Continuamos a pedir ao poder judicial que confie a custódia da menor aos seus pais”, reagiu o padre Saleh Diego, vigário geral e diretor da Comissão Justiça e Paz na arquidiocese de Karachi.