O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) lançou esta semana um alerta global para a ameaça que paira sobre milhões de crianças no Iémen, onde os índices de desnutrição aguda aumentaram 10 por cento este ano e atingiram “níveis recorde”. O país enfrenta a maior crise humanitária do mundo e corre o risco de vir a passar pela pior crise de fome das últimas décadas.
Segundo Henrietta Fore, diretora executiva da agência, fatores como pobreza crónica, décadas de subdesenvolvimento e mais de cinco anos de conflito expuseram crianças e as suas famílias à “combinação mortal de violência e doença”. Uma crise profunda que, neste momento de pandemia, foi “transformada numa catástrofe iminente”.
A economia do país “está em escombros”, a violência persiste, e a dor e sofrimento aumentam. O sistema de saúde está à beira do colapso há anos e há inúmeras “escolas, hospitais, estações de água e outras infraestruturas públicas essenciais danificadas e destruídas nos combates”, lembra Henrietta Fore.
Em comunicado, a representante do UNICEF incentiva a comunidade internacional a doar mais fundos para esta causa, pois até agora a agência recebeu apenas 55 por cento dos 535 milhões de dólares necessários para o plano de auxílio humanitário. “Não há tempo a perder” para as crianças que precisam de paz. “O fim do conflito é a única forma de se usar todo o potencial dos menores, retomar sua infância e ajudar a reconstruir o país” sublinha.