Dados das Nações Unidas indicam que mais de 40 milhões de pessoas vivem atualmente em escravidão moderna, estando cerca de 24,9 milhões em situação de trabalho forçado e mais de 15 milhões em casamento forçado. Por cada mil pessoas no mundo, existem 5,4 vítimas de escravidão, sendo que uma em cada quatro são crianças.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alerta que os protestos globais contra o racismo sistémico “trouxeram atenção renovada a um legado de injustiças em todo o mundo, cujas raízes estão na história sombria do colonialismo e da escravidão”, mas sublinha que “a escravidão não é simplesmente uma questão de história”.
Segundo Guterres, a escravidão manifesta-se de várias formas, por meio da servidão baseada na descendência, trabalho forçado, trabalho infantil, servidão doméstica e casamento forçado. Existe ainda a servidão por dívida, tráfico de pessoas para fins de exploração e o recrutamento de crianças em conflitos armados.
Neste sentido, e aproveitando a celebração do Dia Internacional para a Abolição da Escravidão, que se assinala esta quarta-feira, 2 de dezembro, o líder da ONU pede aos Estados-membros, à sociedade civil e ao setor privado para fortalecerem seus esforços coletivos para acabar com essas práticas, que considerou “abomináveis.”