O alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, lançou um apelo ao primeiro-ministro da Etiópia, em nome da comunidade internacional, para que “aborde urgentemente a situação dos 100 mil refugiados eritreus” que se encontram na região de Tigré, onde, segundo o governo etíope, foi finalizada com êxito a ofensiva militar contra as forças rebeldes da Frente Popular de Libertação de Tigré.
Segundo informações ainda não confirmadas, alguns refugiados teriam sido sequestrados nos campos junto à fronteira com a Eritreia, o que, a confirmar-se, “seria uma grave violação das normas internacionais”, advertiu o líder do ACNUR.
Entretanto, e numa altura em que ainda se desconhece se a capital de Tigré (Mekele) está nas mãos do exército regular, o Comité Internacional da Cruz Vermelha revelou que o Hospital Ayder Referral, no norte da Etiópia, continua a receber feridos, o que obrigou a unidade a suspender vários serviços para poder garantir assistência médica de emergência.
Os hospitais e centros de saúde da região de Tigré também estão no limite das suas capacidades para garantir tratamento aos feridos, tendo sido reportada ainda uma grande escassez de alimentos, já que a região está isolada e sem receber ajuda externa há quase um mês.