O Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF, na sigla em inglês) está a promover um pedido global de financiamento, cujo objetivo é arrecadar um bilião de dólares, para garantir assistência a situações de crise em 2021. Este organismo “é rápido, não burocrático e, às vezes, é a única fonte de recursos para uma verdadeira resposta de emergência” porque outros recursos podem chegar tarde demais, lembra o secretário-geral das Nações Unidas.
Segundo António Guterres, o CERF “é o instrumento que permite atuar em crises esquecidas que não atraem financiamento de doadores.” Exemplo disso foram os 225 milhões de dólares investidos este ano em duas dezenas de crises subfinanciadas e negligenciadas. Através deste Fundo, o sistema da ONU atua de forma conjunta, levando as agências e os seus parceiros atuarem de forma rápida e em grande escala. E “no caos de uma emergência humanitária, isso faz uma enorme diferença”.
No total, o CERF já doou este ano mais de 820 milhões de dólares para financiar assistência em 52 países (o valor mais alto alocado num único ano), o que permitiu, por exemplo, ajudar a combater a praga de gafanhotos do deserto no Sudeste da África e apoiar quase 600 mil pessoas forçadas a abandonar suas casas na Síria, depois de ataques aéreos.
Entre outras ações, o Fundo também foi usado quando um novo surto de ébola surgiu na República Democrática do Congo, ajudou vários países com equipamentos de proteção, cadeias de suprimentos e campanhas de informação, apoiou projetos contra violência de género e de combate à fome em países da África e do Médio Oriente e financiou ações preventivas pela primeira vez, ao enviar apoio financeiro para combater a crise alimentar na Somália e contra chuvas recordes em Bangladesh.