Em todo o mundo há cerca de 270 milhões de pessoas – o equivalente à soma das populações da Alemanha, Reino Unido, França e Itália – a passar fome, um flagelo que é já encarado como uma outra pandemia, alertou o líder do Programa Alimentar Mundial (PAM), ao receber o Prémio Nobel da Paz em representação do organismo da ONU, esta quinta-feira, 10 de dezembro.
“Devido a tantas guerras, às alterações climáticas, ao uso da fome como arma política e militar, e à pandemia global que torna tudo exponencialmente mais difícil, cerca de 270 milhões de pessoas estão a caminhar para o abismo da fome”, afirmou David Beasley, a partir da sede do PAM, em Roma, Itália.
Segundo o responsável, a incapacidade global para enfrentar estas necessidades poderá vir a causar uma pandemia de fome que será enorme em comparação com o impacto da Covid-19. “E como se isso não fosse suficientemente mau, destes 270 milhões de pessoas, 30 milhões dependem em 100 por cento de ajuda humanitária para sobreviver”, adiantou.
Este ano, por causa das restrições impostas pela pandemia, não se realizou a habitual cerimónia em Oslo, na Suécia, para a entrega do prémio, tendo os representantes do PAM permanecido na sede da organização, em Roma. Logo que for possível, espera-se que se desloquem à capital sueca para a tradicional conferência do Nobel.