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A Organização Internacional do Trabalho (OIT) analisou a situação sobre a disparidade salarial dos migrantes em 49 países e concluiu que, em média, ganham menos 13 por cento do que os cidadãos dos países de acolhimento, uma diferença que sobe para 29 por cento em Portugal.

Os migrantes “são mais propensos a ter empregos de baixa qualificação e mal remunerados, que não estão de acordo com o seu nível educacional nem com as suas competências”, refere a OIT, justificando que o fosse registado resulta da comparação entre a instrução e as qualificações de migrantes e autóctones e o respetivo valor por hora de trabalho, nível salariais e tipo de trabalho.

No documento, citado pela agência Lusa, em Portugal a situação piorou entre 2015 e 2020, com um aumento da desigualdade salarial dos migrantes de 25 para 29 por cento. O fosso salarial chega aos 42 por cento, no caso de Chipre, e baixa para nove por cento se se analisar o conjunto da União Europeia (UE). Com um hiato salarial de 30 por cento, Itália é apontada pela OIT como exemplo de que os migrantes nos países com elevados índices de migrações são mais suscetíveis de terem “um trabalho precário”.

“Os trabalhadores migrantes têm de enfrentar com frequência uma desigualdade de condições no mercado laboral, em particular em matéria de salários, acesso ao emprego e à formação, condições de trabalho, segurança social e direitos sindicais. Desempenham uma função primordial em muitas economias. Não podem ser considerados cidadãos de segunda classe”, sustenta Michelle Leighton, diretora do Serviço de Migrações Laborais da OIT, citada no relatório.