Um trabalhador em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, gasta em média 0,6 por cento do seu salário para comprar um prato de comida, enquanto no Sudão do Sul o mesmo prato custaria o equivalente a 186 por cento do salário mensal do consumidor, revela um estudo do Programa Alimentar Mundial (PAM), elaborado com base em dados de 36 países.
As disparidades foram agravadas com a crise da Covid-19, devido ao aumento do valor necessário para uma refeição básica, que no caso do Sudão do Sul, por exemplo, atingiu os 27 pontos percentuais. A falta de meios para comprar comida acaba por deixar milhões de pessoas à beira da fome, uma situação que se complica ainda mais com os conflitos armados e as alterações climáticas.
Para David Beasley, diretor executivo do PMA, o estudo expõe o quão destrutivo é o impacto do conflito, da mudança climática e de crises económicas agora agravadas pela Covid-19, cujos piores efeitos recaem sobre os mais vulneráveis. Agora, a situação “é muito pior, pois a pandemia ameaça levar a nada menos do que uma catástrofe humanitária”, sublinha o responsável.