Desde janeiro passado, mais de 25 mil migrantes chegaram às costas britânicas depois de atravessarem o Canal da Mancha a bordo de barcos improvisados | Foto de arquivo: EPA / Juan Medina

Apesar da pandemia e das numerosas restrições aos viajantes implementadas nas fronteiras de todo o mundo para tentar controlar a propagação do vírus, centenas de milhares de pessoas continuaram a fugir das suas casas e a embarcar em perigosas travessias por mares e desertos. Mais de 3.000 morreram durante o percurso.

Segundo dados recolhidos pelo Projeto Migrantes Desaparecidos da Organização Internacional para as Migrações (OIM), apesar do número de vítimas mortais em 2020 ser menor do que em anos anteriores, algumas rotas migratórias viram aumentar o número de mortos. Na rota para as ilhas Canárias, por exemplo, morreram pelo menos 593 pessoas, em comparação com as 210 registadas em 2019 e 45 em 2018.

Este ano, mais de 1.700 pessoas morreram a caminho da Europa, sendo este o continente que regista a maior quantidade de fatalidades de todo o mundo, uma tendência que se tem mantido desde 2014, quando o Projeto Migrantes Desaparecidos começou a tratar este tipo de informação.

“As pessoas continuaram a perder a vida em viagens de migração irregular apesar das inúmeras restrições às viagens decretadas em 2020, o que demonstra a necessidade de contar com opções para migrar que sejam mais seguras e regulares. Por detrás de cada um destes dados há uma vida que se perdeu sem necessidade, e uma família que agora está a chorar o familiar que perdeu”, alerta Frank Laczko, diretor do Centro de Análise de Dados Mundiais sobre a Migração da OIM.