A Organização das Nações Unidas destaca a importância da inclusão de pessoas com deficiência durante a pandemia e defende um reforço da aposta nas ferramentas digitais mais acessíveis, para evitar a marginalização de um grupo que já tinha menos acesso a cuidados de saúde, educação e emprego, antes da crise provocada pelo novo coronavírus.
“É fundamental as tecnologias estarem envolvidas porque, neste contexto, percebemos que, de um momento para o outro, ficamos dependentes delas, para comunicar, para estar em contacto com o mundo, para trabalhar ou estudar. Da mesma forma que muitas pessoas desenvolveram capacidades digitais que não tinham, e de repente perante esta necessidade tiveram de as desenvolver, as pessoas com deficiência também tentaram fazer esse esforço. Se as ferramentas tinham condições de acessibilidade, essa adaptação foi feita, o mais difícil é quando essas tecnologias não preveem de raiz a acessibilidade”, afirma em declarações à ONU News a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência.
Entrevistada a propósito do Dia Mundial do Braille, que se assinala esta segunda-feira, 4 de janeiro, Ana Sofia Antunes lembra que as pessoas com deficiência são mais propensas a viver na pobreza, sofrem com taxas mais altas de violência, negligência e abuso e estão entre os mais marginalizados em qualquer comunidade afetada pela crise e destaca que a pandemia mostrou a importância de se produzir informações essenciais em formatos acessíveis, incluindo braille e tecnologias digitais.