“Os conflitos tornaram-se mais complexos, alimentados por uma maior regionalização, proliferação de grupos armados não-estatais e ligações com interesses criminosos e extremistas”. O alerta foi feito esta semana pelo secretário-geral das Nações Unidas, perante o Conselho de Segurança da organização, e incluiu também uma chamada de atenção para o “ponto de rutura” a que chegaram os mecanismos internacionais para a gestão de conflitos.
Apoiado em dados do Banco Mundial, António Guterres lembrou que atualmente uma em cada cinco pessoas no Médio Oriente e no Norte da África vive perto de um grande conflito, que o número de pessoas em risco de morrer de fome duplicou e as necessidades humanitárias aumentaram para os níveis mais altos desde a Segunda Guerra Mundial.
O ano passado, pela primeira vez em mais de duas décadas, a pobreza extrema aumentou. A participação das mulheres na força de trabalho, um fator considerado chave por Guterres para o crescimento inclusivo, “retrocedeu em décadas”, e a contração económica em ambientes frágeis e afetados por conflitos deverão lançar de 18 a 27 milhões de pessoas na pobreza.
Na sua intervenção, o líder da ONU disse ainda que apesar da prevenção e a construção da paz salvarem vidas e serem eficazes em termos de custos, a “comunidade internacional continua a investir menos do que deveria nessas áreas”.