O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estima que mais de 30 mil centro-africanos já abandonaram as suas casas depois das eleições de dezembro último, que deram a vitória ao atual Presidente Faustin Archange Touadera. Os deslocados tentam escapar aos confrontos e ataques e estão a procurar refúgio nos países vizinhos como Camarões, Chade, Congo e República Democrática do Congo (RDC).
Em comunicado, o ACNUR informa que as saídas terão começado em 15 de dezembro, duas semanas antes das eleições presidenciais. Do total de deslocados, cerca de 100 mil voltaram a casa, mas o resto continua fora do seu território de origem. Há ainda perto de 185 mil pessoas dentro do país que haviam fugido como medida de precaução para florestas e matagais.
A maioria das pessoas que chegam aos países de acolhimento está a ser acomodada em abrigos improvisados, onde se registam carências de água potável, saneamento e serviços de saúde para prevenir a Covid-19 e outras doenças. A agência da ONU está a cooperar com parceiros e as autoridades locais para apoiar os mais carenciados. No Chade, por exemplo, uma parceria com o Programa Alimentar Mundial (PAM) e outras entidades ajudaram a construir clínicas móveis para atender os refugiados.
Quase 25 por cento da população da República Centro-Africana (RCA), o equivalente a 4,7 milhões de pessoas, estão deslocadas desde o final de 2020, incluindo 630 mil refugiados em países vizinhos e a mesma quantidade dentro da nação africana.