A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) está a recorrer às tecnologias nucleares para entender melhor como as emissões de dióxido de carbono (CO2) estão a contribuir para a acidificação dos oceanos e identificar a melhor forma de responder a um fenómeno que está a afetar a saúde de muitos animais marinhos, muitos deles crucial para a alimentação humana.
O projeto, desenvolvido através do Centro Internacional de Coordenação para a Acidificação dos Oceanos, reúne vários parceiros internacionais e permite que “os Estados-membros se envolvam positivamente nas questões da mudança do oceano como parte da Década do Oceano da ONU e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, explica Peter Swarzenski, da AIEA.
De acordo com os cientistas, “a acidificação global dos oceanos é uma ilustração clara de um dos efeitos profundos das mudanças climáticas”, estando os oceanos na linha de frente desta crise, porque absorvem cerca de 25 por cento das emissões de CO2 todos os anos.
“É um fenómeno muito abrupto, 10 vezes mais rápido do que tudo o que temos nos registos geológicos”, alerta Bronte Tilbrook, da Rede de Observação da Acidificação Global dos Oceanos, um dos parceiros do projeto, sublinhando que o agravar da situação irá ter efeitos em organismos que as pessoas precisam para a sua alimentação.