Um grupo de nove especialistas em direitos humanos das Nações Unidas pediu à futura administração norte-americana que acabe de uma vez por todas com a prisão de Guantánamo, alertando para o risco de morte que correm os detidos devido às deficientes condições do presídio.
Em comunicado, os relatores consideram Guantánamo como um local de “arbitrariedade e abuso, onde os maus tratos e a tortura predominaram e se tornaram institucionalizados, onde o Estado de direito foi efetivamente suspenso e a justiça negada”.
A prisão foi inaugurada a 11 de janeiro de 2002 para acolher acusados de terrorismo, após os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América (EUA). Com a pandemia de Covid-19, a situação da saúde dos presos, especialmente a dos mais velhos, tem vindo a degradar-se.
O presídio chegou a ter 700 detidos, em 2003. Agora, 19 anos depois, pelo menos 40 presos continuam em Guantánamo, mas apenas nove foram indiciados ou condenados por crimes. Os relatores da ONU têm insistido em pedir o fim das Comissões Militares e o encerramento da prisão, afirmando que não é compatível com as obrigações dos EUA sob o direito internacional.