As autoridades da Guatemala estimam que cerca de 9.000 hondurenhos conseguiram atravessar a fronteira no passado fim de semana, em direção aos Estados Unidos da América (EUA). Os migrantes integram uma das últimas caravanas que partiu a pé de San Pedro de Sula, no passado dia 13 de janeiro, para fugir do desemprego, da violência e dos graves danos causados pelos dois furacões que atingiram recentemente a América Central.
A polícia tinha recebido ordens para deixar passar os migrantes, devido à presença de famílias com crianças, mas no domingo, 17, agentes policiais tentaram travar o fluxo migratório de cerca de 6.000 pessoas, usando gás lacrimogéneo, no departamento de Chiquimula. Pelo menos metade deste grupo de hondurenhos terá conseguido passar. Os outros voltaram para trás.
O governo das Honduras pediu à Guatemala que investigue e esclareça a atuação das forças de segurança, explicando que a migração irregular está relacionada com as difíceis condições sociais que se vivem na região e “é explorada pelo crime organizado que lida com o tráfico de pessoas”.
Entretanto, o exército guatemalteco enviou mais de 5.000 soldados para sete departamentos do país e também é apoiado por milhares de outros agentes da Polícia Nacional Civil como parte de um plano organizado pelo governo para impedir o avanço dos migrantes. Desde 2018, pelo menos 12 caravanas de migrantes tentaram, quase sempre sem êxito, chegar à fronteira entre o México e os EUA.