O porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas assegurou esta semana que várias agências da organização estão a intensificar esforços, em cooperação com as autoridades centro-americanas, para prestar assistência aos milhares de migrantes que se deslocam em caravanas a caminho dos Estados Unidos da América, a maioria proveniente das Honduras. Numa das caravanas foram detetadas pelo menos 80 crianças sozinhas.
Na Guatemala, onde nos últimos dias milhares de migrantes foram impedidos de cruzar a fronteira, a ONU está em contacto com o governo para assessorar as autoridades e foi criado um programa de retorno voluntário, que tem já 1.500 migrantes preparados para voltar às Honduras, adiantou Rebeca Arias, coordenadora da ação.
Por sua vez, a representante da ONU em Honduras, Alice Shackleford, informou que muitos hondurenhos já começaram a voltar da Guatemala. A organização está a fornecer assistência médico-psicológica aos migrantes, uma vez que muitas crianças que regressaram estão exaustas da jornada, sofrendo trauma emocional e algumas até mesmo feridas fisicamente.
Os responsáveis da ONU alertam que é preciso refletir sobre as causas estruturais da migração que incluem pobreza, desigualdade e o impacto da Covid-19, especialmente após duas tempestades tropicais terem afetado a América Central no ano passado. E pedem mais apoio ao Pacto para a Migração Segura, Ordenada e Regular.