A Associação de Desenvolvimento da Economia Social (UNITATE) pretende disponibilizar, a partir de setembro, um Fundo de Emergência para o Setor Social (FESS), destinado a minimizar os impactos negativos provocados pela pandemia de Covid-19 nas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS).
Segundo o presidente da associação, o objetivo deste instrumento é promover a “captação de recursos financeiros” junto da sociedade civil, para depois os canalizar para as instituições, ajudando-as a enfrentar os novos desafios que as obrigaram a “criar novas respostas ou converter as existentes”.
“Estamos a antecipar um impacto muito gravoso sobre a vida das IPSS por duas vias: primeiro, estando com respostas encerradas, terão quebras de faturação e de utentes a frequentar as respostas sociais. Depois, a médio prazo, também terão maior exigência de serviço por força das mazelas sociais geradas pela pandemia e problemas sociais do ponto de vista socioeconómico que vão exigir um poder de resposta mais profundo”, explicou Tiago Abalroado, em declarações à agência Lusa.
O novo fundo tem programadas duas etapas, que passam por uma fase de angariação, já iniciada, seguida de uma fase de aplicação que terá início “previsivelmente em setembro” e na qual será aberto um período de candidaturas. As IPSS poderão candidatar-se aos apoios no âmbito da “aquisição de equipamentos de proteção individual”, da “reconversão de respostas e projetos sociais de necessidades emergentes” e da “captação e promoção comunitária por intermédio dos Serviços de Atendimento e Acompanhamento Social”.
“As instituições vão ter um papel importante no apoio à família e à reinserção social. Do mesmo modo, a pandemia veio mostrar a importância da saúde nas respostas sociais, daí querermos ajudar as instituições a investir na saúde, com contratação de serviços de enfermagem, equipamentos, terapêuticas. O fundo pode ajudar nessa especialização, na contratação e eventual partilha de profissionais”, adiantou o dirigente.