“O número de pessoas que necessitam de alimentos, água e medicamentos triplicou em relação à planificação inicial do projeto assistencial”, constataram os membros da delegação da Igreja Católica que visitaram a província etíope de Tigré, onde a 4 de novembro as tropas governamentais lançaram uma ofensiva contra as forças da Frente de Libertação de Tigré.
A comitiva esteve no terreno entre 12 e 14 de janeiro e verificou que, só em Adigrat, as mais de 50 mil pessoas deslocadas necessitam urgentemente de “alimentos, bens de primeira necessidade não alimentares, medicamentos, água, tendas de campanha, apoio psicológico, professores e especialistas em administração e apoio logístico”.
Os líderes religiosos locais, como é o caso de monsenhor Tesfaselassie Medhin, reiteraram os apelos para que se dê uma resposta imediata à “desastrosa situação humanitária” que se vive em Tigré. Além da falta dos produtos básicos, a população “não tem acesso a serviços essenciais, com a eletricidade ou entidades bancárias”. E as notícias sobre o que se passa na região chegam “fragmentadas e incompletas”, já que os meios de comunicação não conseguem chegar à informação enquanto as ligações telefónicas e informáticas permanecerem bloqueadas.
Depois dos trabalhadores humanitários terem conseguido acesso limitado à região, foi possível estimar que 4,5 dos seis milhões de habitantes necessitam de ajuda alimentar de emergência, e centenas de milhares de pessoas estão a morrer à fome. A situação dos refugiados eritreus nos campos Shimelba y Hitsats, que foram incendiados, também é preocupante.