O secretário-geral das Nações Unidas divulgou uma mensagem em vídeo, a propósito do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala esta quarta-feira, 27 de janeiro, onde alerta para o “ressurgimento do antissemitismo e da xenofobia”.
“O Holocausto foi o culminar de dois milénios de discriminação, ataques, expulsões e assassinatos periódicos em massa de judeus”, que “deveria ter posto um fim ao antissemitismo para sempre”. No entanto, isso não aconteceu: “O antissemitismo, infelizmente, continua muito vivo” e “os supremacistas brancos e neonazistas estão ressurgindo, se organizando e recrutando além das suas fronteiras, intensificando seus esforços para negar, distorcer e reescrever a história”, afirma António Guterres.
Para o líder da ONU, a pandemia de Covid-19 deu “novas oportunidades” a estes movimentos para atingir minorias, com base na religião, raça, etnia, nacionalidade, orientação sexual, deficiência e estatuto de imigração, o que obriga a esforços conjuntos para os travar, através do fortalecimento de “laços mútuos, com base em humanidade comum”.
O “aumento assustador” do número de crimes de ódio em muitas sociedades também foi realçado pela alta comissária para os Direitos Humanos. Segundo Michelle Bachelet, “os teóricos da conspiração associam cada vez mais ideologias políticas extremas a delírios antissemitas”, correntes que são “instigadas por líderes de opinião irresponsáveis e amplificadas e legitimadas pelos motores excecionalmente poderosos da mídia digital”.