O novo Índice de Perceção da Corrupção, publicado esta quinta-feira, 28 de janeiro, pela Transparência Internacional (TI), coloca Portugal do 33º lugar, com 61 pontos, o que significa que o nosso país atingiu a pontuação mais baixa de sempre e fica “bastante abaixo dos valores médios da Europa ocidental e da União Europeia”.
Portugal tem vindo a registar variações anuais mínimas desde 2012 e os novos dados processados pela investigação da TI demonstram “que os países menos equipados para lidar com crises, como a pandemia de Covid-19, são precisamente aqueles que apresentam as pontuações mais baixas”.
“Em ano de pandemia Covid-19, os resultados do Índice de Perceção da Corrupção de 2020 são reveladores do impacto da corrupção nos sistemas de saúde e de proteção social, nos processos democráticos e no respeito pelos direitos humanos”, refere a filial portuguesa da organização internacional.
Segundo a presidente da associação cívica, citada pela agência Lusa, “os países com bom desempenho no índice são aqueles que mais investem em saúde, e também aqueles onde há menor propensão para se violarem as normas e instituições democráticas ou o estado de direito”. Apesar do país ter vindo a subir no ‘raking’, “ao longo dos últimos 10 anos pouco ou nada tem sido feito pelo combate à corrupção em Portugal, e os resultados são expressão dessa deriva”.
O Índice de Perceção da Corrupção é uma ferramenta que mede a corrupção no mundo, analisando os níveis de corrupção no setor público de 180 países, pontuando-os de 0 (muito corrupto) a 100 (muito transparente). A Dinamarca e Nova Zelândia continuam no topo da tabela de 2020, com 88 pontos, seguidas da Finlândia e Singapura, com 85. Nas posições mais baixas estão este ano a Síria, com 14 pontos, e a Somália e o Sudão do Sul, ambos com 12 pontos.